Jomázio Avelar
“Derrotar um inimigo que ameaça nossa visão de mundo, os próprios valores que acreditamos serem capazes de nos proteger, é a maneira mais rápida de acalmar a ansiedade existencial”, citação do psicólogo social Tom Pyszcynski da Universidade do Colorado/EUA.
Parece uma orientação sábia e aplicável a situações de escolhas. As atividades humanas impõem mudanças permanentes tais que a certeza é a incerteza. Decisões que afetam destino de pessoas seja no estabelecimento de missões de instituições, seja nos processos procedimentais, ou mesmo na avaliação de resultados, aplicáveis a bens ou serviços, ou a conhecimentos, implicam estar ancoradas em valores e visão de mundo de cada um dos competidores envolvidos nas escolhas.
Na época atual as realizações precisam estar fundamentadas em projetos auto-sustentáveis; não há espaço para a improvisação, sob pena de comprometer a eficácia do objetivo e a eficiência dos procedimentos.
Nenhum projeto se revela sustentável sem base em pesquisa qualificada que é, na essência, a transformação de dinheiro em conhecimento, e na sequência, a inovação que transforma conhecimento em dinheiro, bem citado pelo ex-vice presidente da 3M, Geoft Nicholson.
Inúmeros problemas podem ser elencados como pendentes de solução. Por exemplo, o tempo de produção de empreendimentos imobiliários na cidade de São Paulo chama a atenção e situa-se no âmbito das atividades da Arquitetura e Engenharia a requerer nossa atuação e empenho.
Estudo recente trazido à luz por divulgação da imprensa nos mostra que desde a decisão pela compra do terreno para empreender a implantação de um edifício habitacional até a entrega das chaves, decorrem 83 meses, ou 6 anos e 11 meses. Cumpre ressaltar que o prazo necessário para Engenharia e Arquitetura, que inclui elaboração dos projetos e conclusão da construção, é de 2,5 anos. O restante do prazo é consumido pelos procedimentos burocráticos.
É efetivamente inaceitável diante de tanta velocidade dos instrumentos de processamento de informações e rotinas, denominados de informatização e automação, causando elevação de custo para compradores dos bens e afetando resultados operacionais das empresas, ambos fundamentais no interesse do País.
É um problema que a Arquitetura e a Engenharia tem de resolver pela transformação dos procedimentos e é inadiável visto o prejuízo que causa.
Problemas semelhantes na área da Engenharia Industrial e da Agronomia, bem como na dos Serviços e Comércio, existem e são de nossa responsabilidade dada nossa visão de mundo; dar soluções inteligentes e duradouras amparadas nos valores de nossas crenças.
Os arquitetos e engenheiros, incluindo os agrônomos, em resposta à formação superior que receberam, muitos nas instituições públicas, forçosamente adquiriram visão que os responsabiliza com conduta de cidadão do mundo, quando não de cidadania profissional.
Nessa conduta ele se dá o dever de servir a sociedade no mister de seu saber para geração de produtos de sua especialidade profissional. Por mais desenvolvidas e poderosas que sejam as corporações empresariais ou instituições públicas sempre a atividade do profissional representa o papel do Artífice, da perícia no fazer com responsabilidade de cidadão profissional.
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